Você já ouviu falar sobre a síndrome de Osgood Schlatter?
Esta patologia com nome difícil para nos brasileiros foi descrita em 1903 por 2 médicos (Osgood e Schlatter) separadamente no mesmo ano.
Tal patologia consiste em uma síndrome inflamatória autolimitada que envolve a tuberosidade anterior da tíbia (chamada de TAT), em crianças que estão em idade do estirão do crescimento. Acometendo garotos na faixa de idade de 12 aos 15 anos e garotas de 8 aos 12 anos.
A síndrome de Osgood Schlatter(SOS) possui uma ocorrência maior em meninos e pode se apresentar bilateralmente (ambos joelhos) em 20 à 30% dos casos.
Estudos atuais corroboram que a causa desta patologia, provém da realização de atividades físicas com alta intensidade, predispondo a ocorrência da lesão.
O músculo do quadríceps possuiu uma força de tração elevada, gerando microlesões na inserção do tendão patelar na tuberosidade anterior da tíbia, quando o quadríceps é acionado repetidas vezes.
Um estudo realizado por Kujala e colaboradores avaliou 389 adolescentes atletas observando nesse grupo que 21% apresentou tal síndrome, enquanto ao analisarem um grupo de adolescentes sedentários somente 4,5% apresentaram a síndrome de Osgood Schlatter (SOS).
Na fase aguda a dor na região da TAT é importante podendo estar associado edema local e dor a palpação, a dor pode ser reproduzida ao pedir para o paciente tentar esticar o joelho e o examinador tentar impedir a extensão.
Esportes que estão mais associados à aparição desta afecção são os ligados a saltos, como Basquete, Volley, Futebol e Corrida.
Para chegarmos ao diagnóstico uma anamnese com uma história bem colhida e um exame físico bem feito são suficientes para fecharmos o diagnóstico. Mas os exames de imagem em geral são realizados para avaliarmos também o outro lado, observando se existe risco da ocorrência da patologia no outro joelho.
Radiografias evidenciam uma irregularidade na apófise com uma separação entre esta e a TAT, podendo apresentar uma fragmentação da região quando a SOS está em fase mais avançada.
A ressonância magnética e a tomografia computadorizada podem ser realizadas para afastarem outros possíveis diagnósticos como a síndrome de Sinding-Larsen-Johansson, tumores, síndrome de hoffa, ou fratura do tubérculo anterior da tíbia.
Tratamento da Síndrome de Osgoogd Schalatter
O tratamento conservador é efetivo em 90% dos casos, com uso de analgesia na fase aguda, restrição de atividades físicas intensas, gelo local, e fisioterapia.
Em pacientes com dor leve ou sem dor importante, é permitido a prática de esportes com baixa energia, como natação por exemplo. Mas os pacientes com quadro de dor intensa a moderada devem interromper atividades esportivas de risco, pois existe o risco de ocorrer uma avulsão óssea desta região e o tratamento a ser realizado ser somente cirúrgico.
O tempo para retorno às atividades esportivas variam de 6 a 18 meses. E o uso de imobilizações não é recomendado.
O tratamento cirúrgico é realizado somente em 5 a 10% dos pacientes nos quais ocorrem avulsão óssea da TAT ou falha do tratamento não cirúrgico.